24 de agosto de 2010

Estranho

Julia saia de casa tentando deixar para trás toda a angústia que sentia enquanto estava dentro. Fingia estar sempre ocupada com trabalho, fingia ser uma pessoa realmente cheia de tarefas para fugir da tarefa de arrumar seu próprio quarto.

Arnaldo não queria pisar na calçada das ruas porque conhecia muitas pessoas, e ter de conversar ou olhar para elas era o que lhe dava mais medo na vida, pois elas eram os frames do filme de seu passado. Elas sugavam seu tudo, elas viviam em busca de algo sem sentido, incalculável, inconsciente.

João estava pensando em se matar até a semana passada porque parecia já ter feito de tudo aos 16 anos de idade, e nada mais poderia ter graça. Ficou pensando em que escrever na carta de despedida para seus pais, e de que jeito faria tudo para que tudo isso soasse bonito aos outros garotos e aos que assistiam o jornal das sete. Como não encontrou uma maneira de fazer como queria, resolveu fazer novos amigos, conhecer outras pessoas.

João conheceu pessoas comuns como Julia, e por fim adotou a loucura de Arnaldo e tirou dela o controle.

Acabou se jogando na frente de um trem dois meses depois de sua decisão, e seus pais nunca souberam o porquê.

2 comentários:

  1. O texto da jús ao título, literalmente. shsuhsa'

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  2. Uau.

    Já me peguei pensando na mesma coisa que o João cara. ISUHDAOSIUHDOIUHDIUSAH

    *-------¬*

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